No Espírito Santo, encontra-se uma das maiores colônias italianas do Brasil. De acordo com o portal “Imigrantes”, criado pelo Governo, 36.666 pessoas imigraram da Itália para o Brasil até o fim do século XX.

Mas por que isso se deu? Por que, por volta de 1875, chegaram no interior do Estado e se estabeleceram, em grande quantidade, por lá? É o que contaremos neste post! Se você é um descendente de italiano capixaba, continue conosco e saiba um pouco mais sobre a história dos seus antepassados!

Os primeiros italianos no Espírito Santo

Ainda segundo o portal “Imigrantes”, gerenciado pela APEES, o fluxo imigratório italiano para o Espírito Santo começa em 1858, com a 29 imigrantes italianos. Na época, eles eram chamados de sardos, porque a Itália ainda não era unificada e eram do Reino Sardo-Piemontês.  Nessa época, o acesso ao local se dava por meios de trilhas que margeavam o rio Jucu, que, por sua vez, ficava bem próximo à Estrada do Rubim, responsável por ligar Vitória a Ouro Preto. No entanto, a falta de caminhos navegáveis fez com que a imigração para o Espírito Santo fosse um pouco menor.  Passado esse período, a partir de 1875 o fluxo de entrada de italianos em Santa Leopoldina cresceu. E foi aí que a imigração italiana no Brasil começou oficialmente: de acordo o sociólogo italiano Renzo M. Grosselli, ela se iniciou com a chegada do navio "Rivadávia", que trouxe 150 famílias italianas vindas das regiões de Trento, Veneto e Lombardia, todas situadas ao norte do país. Dessas, sessenta foram encaminhadas para Timbuí. A promessa era de que essas pessoas seriam contempladas com terras, o que de fato ocorreu. Então, no dia 26 de junho de 1875, foi fundada a cidade de Santa Teresa, que hoje conta com uma lei que a reconhece como a pioneira da imigração italiana no Espírito Santo e no Brasil. Depois, estima-se que mais de oito mil italianos imigraram ao ES entre os anos de 1875 e 1900 para ocupar terrenos cedidos pelo Governo nas áreas dos rios Itapemirim e Benevente. 

Atividades dos imigrantes italianos no Espírito Santo

No Espírito Santo, os imigrantes italianos se envolveram agricultura, mais precisamente com a cultura do café e cereais. Além disso, replicaram algumas culturas feitas na região do Trentino, tais quais a videira e o bicho da seda.

Festas italianas no Espírito Santo

Nos parágrafos acima ficou comprovado que a Itália e o Espírito Santo estão afastados geograficamente, mas têm muitas raízes em comum. Trazendo a História para os dias atuais, isso pode ser verificado nas celebrações que conectam ambos os lugares. Confira, abaixo, as principais festas italianas em solos capixabas!

Festa italiana de Castelo

A festa teve a sua primeira edição em julho de 1991, e desde então atrai públicos cada vez maiores. Sempre realizada no mês de julho e no município de Castelo, acontece em diversos pontos da cidade e oferece muitas atrações que remetem à cultura italiana, tais quais:

  • campeonato de Tressette;
  • campeonato de bocha;
  • escolha de rainhas e princesas;
  • cortejo italiano;
  • apresentação cultural;
  • danças e comidas típicas.

Festa do imigrante — Carretela del Vin

A Carretela del Vin acontece em Santa Teresa (a pioneira da imigração italiana no Brasil, lembra?) e é realizada em junho para comemorar a chegada dos imigrantes. O evento, que é um dos mais esperados da região, faz com que toda a cidade fique decorada nas cores da Itália por cerca de dez dias. O ponto alto da festa é um grande desfile: moradores se vestem como os imigrantes e fazem uma carreata pelas ruas. Vale mencionar que os carros também são enfeitados! Encenando práticas dos colonos da cidade, eles também distribuem suco de uva para os turistas.

Festas nos meses de agosto e setembro

Os meses de agosto e setembro são marcados por festas que comemoram a imigração italiana no Espírito Santo. Marcadas por músicas, comidas e apresentações de danças típicas, elas valem a visita.

  • Cappitella — Festa do Capeletti e da Tagliadella (Nova Venécia);
  • Imigração Italiana de Alto Pongal (Anchieta);
  • Encontro da Cultura Italiana de Araguaya (Marechal Floriano);
  • Festa do Morango de Pedra Azul (Domingos Martins);
  • Feira Sabores da Terra (Vitória).

Para programar a visita a uma dessas festas, sugerimos que busque as datas com antecedência, pois elas variam anualmente. O importante é se conectar com o seu passado, que, na verdade, é também o presente. Afinal, a ascendência italiana não está apenas nos seus genes e cultura, mas também na chance de ser reconhecido como cidadão italiano.  Se você sabe que alguém da sua família foi um imigrante italiano, é provável que você tenha direito à cidadania. Entre em contato conosco para dar início ao processo de reconhecimento!